(Beth Moon - Ancient Trees: Portraits Of Time, Abbeville Press, 2014)
“Eu pertenço à fecundidade
e crescerei enquanto crescem as vidas:
sou jovem com a juventude da água,
sou lento com a lentidão do tempo,
sou puro com a pureza do ar,
escuro com o vinho da noite
e só estarei imóvel quando seja
tão mineral que não veja nem escute,
nem participe do que nasce e cresce.
Quando escolhi a selva
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz, barro profundo,
terra calada, noite cristalina,
e pouco a pouco mais, toda a selva.”
(NERUDA, Pablo. O Caçador de raízes. Antologia Poética, José Olympio, 1994, p. 232.)
Vai lá longe, na floresta - Fernando Pessoa
Vai lá longe, na floresta, Um som de sons a passar, Como de gnomos em festa Que não consegue durar... É um som vago e distinto. Parece que entre o arvoredo Quando seu rumor é extinto Nasce outro som em segredo. Ilusão ou circunstância? Nada? Quanto atesta, e o que há Num som, é só distância Ou o que nunca haverá.
(01/02/1934)
Nenhum comentário:
Postar um comentário