(Beth Moon - Ancient Trees: Portraits Of Time, Abbeville Press, 2014)


“Eu pertenço à fecundidade
e crescerei enquanto crescem as vidas:
sou jovem com a juventude da água,
sou lento com a lentidão do tempo,
sou puro com a pureza do ar,
escuro com o vinho
da noite
e só estarei imóvel quando seja
tão mineral que não veja nem escute,
nem participe do que nasce e cresce.

Quando escolhi a selva
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz, barro profundo,
terra calada, noite cristalina,
e pouco a pouco mais, toda a selva.”

(NERUDA, Pablo. O Caçador de raízes. Antologia Poética, José Olympio, 1994, p. 232.)


terça-feira, 2 de abril de 2013

Escrevestes meu nome - Hilda Hilst






"Sobre a água?
A fogo, na alma
Desenhei o teu

Grafismo iluminado
Imantado e novo

Teu nome e o meu

Novo
Porque no nunca se viu
Nome tão pertencido.
Antigo porque há milênios
Se entrelaçam justos
No infinito.

E raro
Porque tingido de um mosaico vivo
De danação e amor.

Teu nome.
Irmão do meu"