Granada, 10 de novembro de 1919
(LORCA, Federico García. Obra Poética Completa. Tradução de William Agel de Mello. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1996. 3ª ed."Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!!"
Um comentário:
Poema lindo como...tu...
Saberás, que as palavras, soltas ditas ao triste e leviano acaso, são um rio de sal, desenganos, viagem que desagua em embaraço. Porque existem sempre palavras ditas, por toda a santa gente, doces, amargas, arrasadoras, em boca de quem muita vez mente.
Uma palavra solta da boca impura, é monstro que afugenta a luz, sortilégio de negro anjo, o lado mais escuro da lua que a alma seduz...
Bom domingo
Doce beijo
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