(Beth Moon - Ancient Trees: Portraits Of Time, Abbeville Press, 2014)
“Eu pertenço à fecundidade e crescerei enquanto crescem as vidas: sou jovem com a juventude da água, sou lento com a lentidão do tempo, sou puro com a pureza do ar, escuro com o vinho da noite e só estarei imóvel quando seja tão mineral que não veja nem escute, nem participe do que nasce e cresce.
Quando escolhi a selva para aprender a ser, folha por folha, estendi as minhas lições e aprendi a ser raiz, barro profundo, terra calada, noite cristalina, e pouco a pouco mais, toda a selva.”
(NERUDA, Pablo. O Caçador de raízes. Antologia Poética, José Olympio, 1994, p. 232.)
domingo, 6 de setembro de 2009
Realejo - Cecília Meireles
"Minha vida bela, Minha vida bela, Nada mais adianta Se não há janela Para a voz que canta...
Preparei um verso Com a melhor medida: Rosto do universo, Boca da minha vida.
Ah! mas nada adianta Olhos de luar, Quando se planta Hera no mar,
Nem quando se inventa Um colar sem fio, Ou se experimenta Abraçar um rio...
Alucinação Da cabeça tonta!
Tudo se desmonta Em cores e vento e velocidade. Tudo: coração, Olhos de luar, Noites de saudade.
Aprendi comigo. Por isso, te digo, Minha vida bela, Nada mais adianta, Se não há janela Para a voz que canta..."
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