(Beth Moon - Ancient Trees: Portraits Of Time, Abbeville Press, 2014)


“Eu pertenço à fecundidade
e crescerei enquanto crescem as vidas:
sou jovem com a juventude da água,
sou lento com a lentidão do tempo,
sou puro com a pureza do ar,
escuro com o vinho
da noite
e só estarei imóvel quando seja
tão mineral que não veja nem escute,
nem participe do que nasce e cresce.

Quando escolhi a selva
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz, barro profundo,
terra calada, noite cristalina,
e pouco a pouco mais, toda a selva.”

(NERUDA, Pablo. O Caçador de raízes. Antologia Poética, José Olympio, 1994, p. 232.)


sexta-feira, 21 de março de 2008

Canções para a lua cheia



Impossível não sentir a magia desta noite

de lua plena

Quando o vento traz uma carícia à pele,

um arrepio

Será o outono chegando

Ou apenas o roçar das asas de um anjo?

"Yesterday, all my troubles seemed so far away..."

A trilha sonora perfeita

para o passeio da lua pelos meus olhos...

Como poderia sentir-me sozinha?

Como não esquecer todos os mortais

entraves e contingências?

Ao fundo, as águas cantantes de um "arroio guri"

fazem a segunda voz

para uma noite encantada...

"Unforgettable... it's incredible..."

Já não sei se mais ouço, vejo, ou sinto...

mas calo

diante de tamanha beleza

transcendência

Pureza

MágicaEssência.

"What a wonderful world..."


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(Ruiva da Noite, 21/03/2008)

Publicado no Recanto das Letras em 21/03/2008

Código do texto: T910925

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