
Estava pensando como se constrói um início apenas com palavras, já que em nossa vida tudo é construção, desmoronamento e reconstrução. As palavras não têm início e jamais conseguirão abarcar o começo do amor ou da dor, mas afinal, para que servem elas (palavras)?
Como bem disse Riobaldo, servem para perverter a angústia de dentro da gente. Acredito nisso, e quase acredito também que existam epifanias verbais. Através da palavra inauguram-se novos olhares sobre as velhas estradas poeirentas, inclusive aquelas que conduzem ao nosso mais íntimo sentimento.
Acrescentaria outra qualidade intrínseca da palavra, já explorada por Fernando Pessoa: ela possui propriedades mágicas. Tanto evoca formas-pensamento quanto pode servir de matéria-prima para traçar nosso destino. A alquimia das palavras sempre me fascinou, elas são os grãos à beira da praia que formam o conjunto que chamamos de areia; leito que o mar vem beijar, refletem também a luz da lua. Mortalha dos animais marinhos, berço das tartarugas, mas não somente isso: folhas e raízes também.
Soltas como folhas que o vento leva, profundas como as raízes de alguma árvore centenária, que se fixa teimosamente à terra sem saber que tudo nesta dimensão é transitório e efêmero. Ora leves, graciosamente ternas, ora possuindo a força para nos "deslocar" do nosso eixo, mudar nossa trajetória e nos fazer cativos de um encantamento antigo, que remonta anterior à palavra escrita. Tradição oral, destino. Magia?
Como bem disse Riobaldo, servem para perverter a angústia de dentro da gente. Acredito nisso, e quase acredito também que existam epifanias verbais. Através da palavra inauguram-se novos olhares sobre as velhas estradas poeirentas, inclusive aquelas que conduzem ao nosso mais íntimo sentimento.
Acrescentaria outra qualidade intrínseca da palavra, já explorada por Fernando Pessoa: ela possui propriedades mágicas. Tanto evoca formas-pensamento quanto pode servir de matéria-prima para traçar nosso destino. A alquimia das palavras sempre me fascinou, elas são os grãos à beira da praia que formam o conjunto que chamamos de areia; leito que o mar vem beijar, refletem também a luz da lua. Mortalha dos animais marinhos, berço das tartarugas, mas não somente isso: folhas e raízes também.
Soltas como folhas que o vento leva, profundas como as raízes de alguma árvore centenária, que se fixa teimosamente à terra sem saber que tudo nesta dimensão é transitório e efêmero. Ora leves, graciosamente ternas, ora possuindo a força para nos "deslocar" do nosso eixo, mudar nossa trajetória e nos fazer cativos de um encantamento antigo, que remonta anterior à palavra escrita. Tradição oral, destino. Magia?
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