“Não dormes sob os
ciprestes,
Pois não há sono no mundo.
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O corpo é a sombra das
vestes
Que encobrem teu ser profundo.
Vem a noite, que é a
morte,
E a sombra acabou sem ser.
Vais na noite só recorte,
Igual a ti sem querer.
Mas na Estalagem do Assombro
Tiram-te os
anjos a capa:
Segues sem capa no ombro,
Com o pouco que te tapa.
Então Arcanjos da Estrada
Despem-te e deixam-te nu.
Não tens
vestes, não tens nada:
Tens só teu corpo, que és tu.
Por fim,
na funda caverna,
Os deuses despem-te mais.
Teu corpo cessa, alma
externa,
Mas vês que são teus iguais.
........................................
A sombra das tuas vestes
Ficou entre nós na sorte.
Não 'stás morto entre ciprestes.
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Neófito, não há
morte.”
(Presença, nº 35, Maio, 1932.)
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