“É
quando a família dorme
- Inertes as mãos nas dobras dos lençóis
pesados os corpos sob a viva mortalha -
que a mulher se exerce.
Na casa quieta
onde ninguém lhe cobra
ninguém lhe exige
ninguém lhe pede
nada
caminha enfim rainha
nos cômodos vazios
demora-se no escuro.
E descalços os pés
aberta a blusa
pode
entregar-se
plácida
ao silêncio.”
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