
"Tira-me a luz dos olhos: continuarei a ver-te Tapa-me os ouvidos, continuarei a ouvir-te E embora sem pés caminharei para ti E já sem boca poderei ainda convocar-te. Arranca-me os braços: continuarei abraçando-te Com o meu coração como com a mão Arranca-me o coração: ficará o cérebro E se o cérebro me incendiares também por fim Hei-de então levar-te no meu sangue."
(Poema publicado no Livro das Horas.)
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