(Beth Moon - Ancient Trees: Portraits Of Time, Abbeville Press, 2014)


“Eu pertenço à fecundidade
e crescerei enquanto crescem as vidas:
sou jovem com a juventude da água,
sou lento com a lentidão do tempo,
sou puro com a pureza do ar,
escuro com o vinho
da noite
e só estarei imóvel quando seja
tão mineral que não veja nem escute,
nem participe do que nasce e cresce.

Quando escolhi a selva
para aprender a ser,
folha por folha,
estendi as minhas lições
e aprendi a ser raiz, barro profundo,
terra calada, noite cristalina,
e pouco a pouco mais, toda a selva.”

(NERUDA, Pablo. O Caçador de raízes. Antologia Poética, José Olympio, 1994, p. 232.)


sábado, 12 de outubro de 2013

A Fonte - Renato Russo






"Do lado do cipreste branco
À esquerda da entrada do inferno
Está a fonte do esquecimento
Vou mais além, não bebo dessa água
Chego ao lago da memória 
Que tem água pura e fresca
E digo aos guardiões da entrada:
'Sou filho da Terra e do Céu!'
Dai-me de beber que tenho uma sede sem fim!
Olhe nos meus olhos
Sou o homem-tocha
Me tira essa vergonha
Me liberta dessa culpa
Me arranca esse ódio
Me livra desse medo
Olhe nos meus olhos
Sou o homem-tocha
E esta é uma canção de amor..."